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Notícia

Lojista deve ficar atento às fraudes na Black Friday

Durante a data mais importante para o comércio online, criminosos se aproveitam da alta demanda para aplicar golpes

Com a proximidade da Black Friday, aproximam-se também as fraudes. Não estamos falando dos comerciantes que enganam os consumidores vendendo “tudo pela metade do dobro”, expressão que virou jargão popular.

Estamos falando das fraudes cometidas contra os próprios lojistas. De acordo com um estudo conduzido pela Konduto, empresa de sistemas antifraude, o índice de tentativas de fraude na Black Friday de 2016 foi de 2,9%.

Ou seja, a cada 34 pedidos feitos no e-commerce brasileiro, um era realizado por criminosos utilizando cartões de crédito clonado.

Entenda, a seguir, quais são os principais riscos da Black Friday e como não cair nas armadilhas dos criminosos:

CARTÃO CLONADO

De acordo com Tom Canabarro, cofundador da Konduto, o tipo de fraude mais comum nos e-commerces são os cartões clonados.

Existem dois grupos de criminosos que agem para que isso aconteça. O primeiro é de quadrilhas especializadas em roubar as informações de consumidores e clonar cartões de créditos.

O segundo é formado por pessoas mal intencionadas que compram esses dados na internet para realizarem compras. Com os produtos em mãos, eles revendem os produtos na internet.

“Há alguns anos era mais fácil de prevenir essas fraudes por meio da checagem do CPF e de dados pessoais. Hoje, as quadrilhas se tornaram profissionais e conseguem todas as informações dos clientes”, afirma Canabarro.

Como os ladrões de dados evoluíram, a tecnologia antifraude teve que se aprimorar para evitar grandes prejuízos.

Hoje, por exemplo, existem ferramentas que rastreiam a localização dos dispositivos em que as compras são realizadas.

Um dos sinais de alerta acontece quando a transação é efetuada em uma cidade, mas as informações do cartão e do endereço da entrega indicam localidades diferentes.

Outra forma de evitar o prejuízo é utilizar ferramentas que mapeiam o comportamento do cliente dentro do e-commerce.

Um cliente real geralmente passa muito tempo pesquisando dentro do site e escolhendo as melhores opções. “Desconfie de clientes que realizam compras em poucos segundos”, afirma Canabarro.

SEQUESTRO DE ESTOQUE

Outra prática criminosa recorrente durante a Black Friday é o que os especialistas chamam de sequestro de estoque.

Isso ocorre quando um concorrente entra no e-commerce do principal competidor e compra uma quantidade grande de itens que estão em promoção.

A pessoa – ue não tem intenção nenhuma de realizar a compra – escolhe o boleto como forma de pagamento, uma vez que a transação financeira não é feita de imediato.

Os produtos ficam reservados para o suposto cliente. Dessa forma, o lojista perde vendas.

Sem o estoque para atender à volumosa demanda do período, os consumidores migram para outros sites em que o produto está disponível.

Para não cair nessa fraude, vale a pena lembrar o ditado popular: “Quando a esmola é demais, o santo desconfia”.

“É preciso ficar atento à quantidade de itens pedidos por um único cliente”, afirma Canabarro. “Raramente, um consumidor pede o mesmo produtos várias vezes.”

De acordo com especialista, é melhor cancelar um grande pedido que levante desconfiança do que perder a Black Friday.

CLIENTE TRAPACEIRO

Não são apenas concorrentes e quadrilhas especializadas que podem cometer fraudes contra as lojas virtuais. Existem consumidores agem de má-fé e se aproveitam do grande número de pedidos da Black Friday.

Nesse tipo de fraude, o cliente realiza as compras normalmente. Quando a encomenda é entregue, o consumidor afirma falsamente que o produto não estava dentro da caixa ou que outro objeto estava no lugar.

Esse truque é comum na compra de celulares. O consumidor afirma que dentro da caixa tinha um tijolo ou um celular velho.

“Infelizmente, essa fraude é muito difícil de ser comprovada e não existem muitas formas de evita-la” afirma Canabarro. “Nesse não existe uma quadrilha especializada, são ações realizadas por amadores e de forma espaçada.”

Para se proteger, alguns e-commerces criam uma lista negra com os consumidores que costumam aplicar essa farsa.